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Mostrando postagens de 2008

Um repórter que tem prazer em contar histórias de gente

Cláudio Amaral Ao chegar à Redação d'A Tribuna de Santos, na manhã desta segunda-feira, eu disse ao jovem senhor alto e grisalho que trabalha no fundo da Redação: - “Você queria fazer o jornal sozinho, neste final de semana?” Ele sorriu e, meio sem jeito, ponderou que não tem culpa se tudo acontece no sábado e no domingo em que ele está de plantão. - “Não é bem assim” , eu acrescentei. “A verdade é que a notícia procura o bom repórter, tal qual a bola vai a busca do bom jogador de futebol” . Pelo sim, pelo não, ele assinou reportagens na D-4 de sábado, B-6 de domingo (exclusiva com Pelé), B-15 e E-1 desta segunda-feira. Ele é jornalista desde 1984, quando saiu da faculdade. Fez assessoria de imprensa por cinco anos, até conseguir uma vaga n’A Tribuna. Está entre nós há exatos 19 anos. Primeiro foi repórter de Esportes. Depois, no caderno AT Mulher, porque a editora Ivani Cardoso queria um olhar masculino numa publicação essencialmente feminina. Está no Galeria desde que as equipes

A importância da equipe madrugadora

Cláudio Amaral Houve um tempo, muito tempo, que o jornalista, boêmio por natureza, só começava a chegar à Redação à tarde. Muitos, no fim da tarde. Outros, à noite. Era assim porque os jornais, mesmo os maiores do Brasil, tinham tiragens pequenas e circulação geograficamente restrita. Podíamos, portanto, fechar tarde, do meio da madrugada para o início da manhã, porque, mesmo assim, os jornais chegavam às mãos dos leitores a tempo de serem lidos no café, a caminho do trabalho ou antes do começo da jornada de cada um. Hoje, não. As tiragens cresceram, o tráfego de veículos fica cada vez mais difícil (mesmo em cidades do porte de Santos) e, por consequência, é preciso começar cedo, na Redação, para que o produto final chegue a tempo onde os leitores precisam que os jornais cheguem. No caso d’A Tribuna, em quase todas as cidades do Litoral + São Paulo + ABC. É por isso que os administradores de redações passaram a dar – e dão – cada vez mais importância para as equipes da manhã, as madrug

A Tribuna de Santos

Há dois meses, exatamente, estou sem olhar para este blogue. Lamento, mas é verdade. A culpa, entretanto, é toda minha. Justificativa é o que mais tenho, mas nem assim me conformo com esta ausência. O que me conforta é que se trata de uma ausência justificável: passei os últimos dois meses dedicado quase que exclusivamente ao "Projeto A Tribuna de Santos". Primeiro, como candidato. Depois, desde 1º de outubro de 2008, como Editor-Executivo d'A Tribuna de Santos, um dos maiores e mais importantes jornais diários do Brasil. Quem quiser saber mais a respeito pode me escrever pelo endereço eletrônico clamaral@uol.com.br . Quem tiver paciência e ou puder esperar, aguarde minhas próximas postagens. Cláudio Amaral Santos, 3 de novembro de 2008

Dicas aos novos colegas

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José Lewgoy ( Veranópolis /RS, 16 de novembro de 1920 + Rio de Janeiro , 10 de fevereiro de 2003 ) Sérgio Leitão Especial para o Blogue Aos Estudantes de Jornalismo Como nosso público-alvo é integrado, basicamente, por estudantes de jornalismo, sinto-me na obrigação de tentar passar um pouco de minha experiência para esses novos colegas. Primeiramente, quero parabenizá-los pela feliz escolha, porque bom jornalismo é uma cachaça. Não sei se deveria dizer que são conselhos porque, segundo se diz, “se conselho fosse bom ninguém daria de graça, cobraria”. Mesmo assim atrevo-me a tentar chamar a atenção para algumas dicas, que tanto podem nos propiciar uma grande alegria ou, por outro lado, nos fazer passar por um mico tremendo. Aos novos colegas, um alerta: prepare-se, porque, no início, em que se rala muito, elogios por uma boa ação passam rápido, duram, no máximo, um dia. Agora, se você comete um erro, meu Deus do céu, se segura, pois certamente a redação inteira ficará sabendo e pass

A arte do futebol brasileiro a perigo

Sérgio Leitão Jornalista Especial para o Blogue Aos Estudantes de Jornalismo O maior embaixador do Brasil nas últimas décadas, não resta dúvida, tem sido o futebol, por conta de sua arte, que arrebatou corações e mentes de expectadores estrangeiros mundo afora. A consagração teve início na Copa do Mundo de 1958, na Suécia, quando o Brasil, liderado por gente de talento como mestres Didi e Nilton Santos e, principalmente, pela genialidade de Garrincha e de Pelé, então apenas um moleque travesso de 17 anos, conquistou seu primeiro título mundial. Não foi à toa que partiu dos franceses a idéia de eleger Pelé como “Le roi du football” (o rei do futebol), o que viria acontecer no ano seguinte, em 1959. A admiração dos críticos estrangeiros pela arte de jogar futebol dos brasileiros foi crescendo, a ponto de Pelé ter se tornado uma celebridade mundial, desbancando em popularidade astros de Hollywood como Marlon Brando, James Dean, Elizabeth Taylor, Frank Sinatra. Fora dos Estados Unidos, Pel

James Dean, mito há mais de meio século

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Sérgio Leitão Especial para o Blogue Aos Estudantes de Jornalismo Outro dia estava em busca de um bom filme nos canais de TV fechados, quando deparei com um dos meus favoritos, “Juventude Transviada”, segundo filme do rebelde sem causa James Dean (foto) , produção de 1955, dirigido por Nicholas Ray. Imagino que quem se interessa por cinema sabe que Dean morreu naquele mesmo ano, em um acidente de carro, na Califórnia. O que muitos não devem saber é que quase todo o elenco principal deste filme morreu em circunstâncias igualmente trágicas. Natalie Wood, a mocinha da trama, morreu afogada, ao cair de um barco, em novembro de 1981, com apenas 43 anos. Sal Mineo, que faz o papel do jovem Plato, um adolescente solitário e complexo, foi assassinado a facada na porta de casa, em Los Angeles, aos 37 anos, em 1976. Seu algoz, Lionel Ray, aparentemente um garoto de programa, acabou preso e sentenciado a prisão perpétua, em 1979. Nick Adams, que na vida real era um dos amigos mais chegados a Dean

PROFISSÃO: REPÓRTER

Celso Lungaretti Especial para o Blogue Aos Estudantes de Jornalismo Campanhas eleitorais não me trazem boas lembranças, como jornalista. Para começar, teve uma vez em que fui escalado pelo Estadão para ouvir o último colocado numa eleição para governador em que havia uns 15 candidatos. Se bem me lembro, o coitado não obteve nem 5 mil votos. Foi como ir a um enterro e entrevistar... o defunto. Mas, pior mesmo é que se trata de uma fase de ocultamento da notícia, para atender a interesses dos poderosos. Caso da vez em que fui cobrir uma negociação entre o sindicatos dos trabalhadores de uma estatal e a administração. No intervalo, bati um papo com os sindicalistas e eles me entregaram prova de um crime eleitoral: a empresa admitira funcionários no período em que não podia mais fazê-lo por causa da proximidade das eleições, mas retroagira tais admissões a meses antes. Estava tudo lá, preto no branco. Voltei para a redação e entreguei para o editor. Nada foi publicado, nem me devolveram

Olimpíadas - a ladainha de sempre

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Por Sérgio Leitão Especial para o Blogue Aos Estudantes de Jornalismo Feito o balanço dos Jogos Olímpicos de Pequim, eis que nossos dirigentes voltam pra casa “comemorando” o grande feito - “crescemos 50 por cento em relação há quatro anos, quando havíamos conquistado dez medalhas”. Pois é, desta vez foram quinze. Volta a ladainha de sempre. Agora pergunto: comemorar o quê, cara pálida? Me engana que eu gosto! O pior é que, infelizmente, parte da nossa imprensa, ufanista ao extremo, também colabora para este ato cínico, qual seja o de comemorar essa merreca. Não por culpa dos abnegados atletas, é bom que se frise, pois fazem o que é possível, dentro das condições limitadas que, na maioria dos casos, lhes são oferecidas. Segundo uma matéria de capa do jornal O Globo (dia 24 de agosto), cada medalha conquistada saiu por cerca de 53 milhões de reais. E o COB pede mais verba; e, ao que parece, o Governo pretende dar. Que fazer? Gente, quando será que vamos parar de apregoar que somos um pa

Qual é o futuro do jornal em papel? Confesso que...

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Cláudio Amaral Estive em Adamantina, a 600 quilômetros de São Paulo, Capital, nos dias 18, 19 e 20 de agosto de 2008. Adamantina ( http://pt.wikipedia.org/wiki/Adamantina ) é a cidade em que nasci a 3 de dezembro de 1949 e de onde parti a 5 de janeiro de 1969. Fui, desta vez, a convite da Secretaria da Cultura da Prefeitura de Adamantina e da FAI, as Faculdades Adamantinenses Integradas ( http://www.fai.com.br/ ). O convite incluiu uma conversa com alunos do curso de Comunicação Social, coordenado pela professora Ana Luisa Antunes Dias, e o lançamento da segunda edição, revista e ampliada, de Meus escritos de memória . Falei no auditório da Biblioteca Municipal, no centro da cidade. Na platéia estavam professores, jornalistas, radialistas e quase todos os 130 futuros jornalistas e publicitários a serem formados pela FAI neste e nos próximos anos. E qual foi a primeira pergunta que alguém da platéia me fez? Quem adivinhar ganha um pirulito de plástico. Isso mesmo: qual é o futuro do jor

Um texto exemplar: leia, analise, critique e... divulgue.

O melhor de todos os textos que li no Estadão deste domingo, 13/7/2008, leva as assinaturas dos jornalistas Eduardo Nunomura e Liège Albuquerque. Um texto que merece ser lido, analisado, criticado (se for o caso) e divulgado. Liège, infelizmente, eu não conheço. Eduardo Nunomura, sim, conheço de longa data. Desde o início dos anos 1990, quando ele era colaborador de Sérgio Duarte, que tinha base na sede da COMUNIC, minha empresa de Assessoria de Imprensa, que no dia 21/8/2008 completará 30 anos de atividades ininterruptas e que, desde que decidi voltar às redações, está sob o comando de Sueli Amaral, minha sócia. Voltei a encontrar Eduardo Nunomura no Grupo Folha de S. Paulo, quando eu era gerente da AF/BD/UOL, e ele o plantonista da madrugada, na Agência Folha. Depois disso, eu fui para o Jornal do Brasil, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, fiz o Master em Jornalismo para Editores pela Universidade de Navarra, Espanha, aqui em São Paulo, fui diretor de Redação de O Estado de MS,

Trabalhar entre Amigos é muito melhor, e mais fácil

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Bom dia, jovens estudantes de Jornalismo, a quem dedico este blogue. Pesquisando e relendo meus textos, encontrei este, produzido no dia 9 de julho de 2006, ou seja, há exatos dois anos. Reli e gostei. Convido cada um de vocês a ler e a verificar o quanto eu fui feliz em Franca e no jornal Comércio da Franca. Em tempo: na charge, criada e publicada na edição especial de julho de 2005, temos a visão do ilustrador Ricardo Terêncio a respeito do meu trabalho na Redação do maior e mais bem feito jornal diário da região de Franca; à minha frente, de camisa amarela, o jovem repórter Marquinho; na seqüência, a experiente Priscila, a 'grande' Michelle e o 'pequeno' Marcão; atrás da mesa, a 'big boss' Jô, querida e inesquecível. Boa leitura a todos. Cláudio Amaral 11h15 de 8 de julho de 2008 Amigas e Amigos do Comércio da Franca, boa noite (ou bom dia) Estou em casa, novamente. E estou feliz porque a semana foi ótima. Trabalhei bastante (modéstia às favas), mas parece q

Como você convive com a timidez?

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Cláudio Amaral (*) Muitos profissionais têm dificuldade para se comunicar. A propósito, a consultora Eunice Mendes sugere cinco dicas para enfrentar a timidez e a tensão na frente de um entrevistado, por exemplo: · Assuma o medo: é muito importante reconhecer e identificar o porquê desses medos e inibições perante as pessoas; · Vire o jogo: crie objetivos para superar os medos e determine o tempo para concretizar o plano; · Substitua hábitos negativos por hábitos positivos: procure se valorizar, participar mais da vida social; · Peça ajuda: acompanhe um profissional mais experiente para aprender mais, observe as pessoas e aprenda com elas; · Descubra-se: invista em seu autoconhecimento. Como ampliar o relacionamento No livro “Marketing de Serviços”, da editora Pearson Prentice Hall, os autores Christopher Lovelock e Jochen Wirtz, sugerem que empresas e profissionais aprofundem o relacionamento com as fontes. “Uma estratégia eficaz para criar vínculo mais forte com as fontes é aprofund

É ensinando que se aprende

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Alguns dos melhores mestres que tive ao longo desses meus 55 anos de vida, quase 50 anos de trabalho ininterrupto e 37 anos de jornalismo me disseram que “é ensinando que se aprende”. Entre eles, lembro os saudosos Mário Erbolato (Campinas: 1919 + 1990, na foto da esquerda) e Juarez Bahia (Cachoeira/BA, 1930 + Rio de Janeiro, 1998, na foto da direita), com quem convivi nos anos 70, em Campinas e São Paulo, respectivamente. Só agora, entretanto, estou sentido na pele o quanto é verdadeira essa frase. Por quê? Porque quanto mais ensino aos jornalistas do Comércio da Franca (SP), mais aprendo com eles. Estou em Franca desde o dia 4 de abril de 2005, depois de ter passado oito meses em Campo Grande (MS), seis meses dos quais como Diretor de Redação do segundo maior jornal do Mato Grosso do Sul (O Estado MS) e um mês como ‘aprendiz’ no Jornalismo da TV Morena/Rede Globo. Ensinei muito em Campo Grande, apesar das minhas funções executivas, e também aprendi bastante com o pessoal que encontre

Você é um jornalista bem-sucedido?

No livro “Gestão do Composto de Marketing” (Atlas), os autores Flávio Torres Urdan e André Torres Urdam fazem um questionamento sobre o que torna um vendedor bem-sucedido. Adaptado livremente, os nove itens abaixo servem, também, para definir um jornalista bem-sucedido. Um jornalista ou um estudante de Jornalismo. De acordo com os escritores, não há um modelo ideal, mas alguns atributos que são encontrados nos melhores vendedores (e, no nosso, jornalistas) são: 1. amor pela profissão; 2. empatia e habilidade para perguntar ao entrevistado e ouvi-lo; 3. capacidade de servir aos leitores; 4. disposição para trabalhar com afinco; 5. necessidade de realização; 6. otimismo; 7. conhecimento do trabalho; 8. disciplina e uso do tempo; 9. preparo físico e mental. Importante: recomendo que você reflita a seu respeito e procure concluir quantos desses atributos possui; se quiser confiar a conclusão a mim, garanto que a manterei em segredo. Saudações, Cláudio Amaral (Ensinando muito e aprendendo

O que é ser jornalista, por Ricardo Noblat

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Se você ainda não leu, compre agora e leia sem demora. Se você já leu, pegue o seu exemplar e empreste para um amigo ou colega de profissão. Se você tiver condições, compre um ou mais exemplares e dê para alguém que você goste muito (tenho certeza de que essa pessoa vai lhe agradecer, e muito). Por que estou escrevendo tudo isso? Porque todo jornalista precisa ler – e logo – o livro O que é ser Jornalista . Ainda que não goste ou tenha restrições em relação ao autor. Porque O que é ser Jornalista conta a história de Ricardo Noblat e revela muitas – mas muitas e muitas – passagens da vida profissional dele que certamente serão úteis a todo jornalista ou futuro jornalista. Tenho absoluta certeza disso porque a mim as histórias estão sendo úteis (e olhe que eu tenho 37 anos de profissão, completados no dia 1º de maio de 2005, bem vividos e bem trabalhados). Boa leitura. Saudações, Cláudio Amaral (Ensinando muito e aprendendo mais ainda com os jornalistas do Comércio da Franca) = (+11) 99

A cobertura policial nos tempos de Ramão Gomes Portão

Revendo, limpando, reordenando e relendo meus livros após o retorno a São Paulo (*), dei de cara com muitos Amigos e autores a quem prezo muito. Foi muito bom. Tão bom que em alguns casos eu me emocionei. Nada, entretanto, me tocou mais que o reencontro com os livros Eu sou o Saponga (1970) e Criminologia da Comunicação (1980). Ambos foram escritos pelo melhor repórter policial que conheci nestes meus 38 anos de Jornalismo, completados no dia 1º de maio: Ramão Gomes Portão (1930-1987). Trabalhei lado a lado com ele no Estadão, sob o comando do Mestre Eduardo Martins. Além de jornalista, Ramão foi advogado, pesquisador de temas ligados à criminologia e professor em escolas de Jornalismo e de Direito. Soube, também, ser Amigo, bom marido (de Anissa, a quem ele chamava, carinhosamente, de ‘Turca’) e bom pai de Rodrigo e Rui. Hoje, mais de 20 anos após uma morte inesperada, trágica e chocante, Ramão Gomes Portão é nome de escola estadual, praça e rua. Mais que isso, ent

Marília vai formar seus técnicos (3/12/1969)

Cláudio Amaral Da Regional de Marília Marília já se está preparando para a instalação do Colégio Técnico, um dos 33 estabelecimentos que o govêrno do Estado vai criar por meio do Departamento do Ensino Profissional de São Paulo, formando a maior rêde da América Latina. É o que anunciou o prof. Walter Costa, diretor do DEPESP, em recente visita a Marília. O Colégio Técnico de Marília será instalado em 1971 no futuro “campus” de ensino técnico desta cidade, que se localizará em área de 45 mil metros quadrados, próximo ao contorno das estradas “Ribeiro de Barros” e Marília-Porto Ferrão. A doação do terreno, escolhido pelo diretor do Ensino Profissional, já está sendo preparada pela Prefeitura local, que enviará projeto de lei à Câmara de Vereadores, neste sentido. Também as instalações do Colégio Técnico já estão sendo projetadas pelo arquiteto Raymond Trad, que anuncia um prédio grande, mas sem suntuosidade, conforme lhe pediu o diretor do Departamento do Ensino Profissional do Estado de

Eduardo Martins, o Mestre

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Ele nunca levantou a voz para defender idéias, marcar posições ou passar uma orientação a um repórter, redator ou sub-editor. Por mais firme e clara que fosse a comunicação verbal, ele jamais perdeu a calma diante dos problemas do dia-a-dia do jornal. Nem mesmo durante coberturas difíceis como as duas que vive ao lado dele: os incêndios dos edifícios Andraus e Joelma. Sempre nos orientou com paciência, conhecimento de causa, benevolência. Não foi paizão, mas também não pode ser chamado de padrasto. Conhecia a língua portuguesa como poucos e a explicava com prazer. Tinha visões claríssimas a respeito de jornal e do Jornalismo. Era um professor sem igual. Um Mestre, enfim. Esse foi o Eduardo Martins que eu conheci em meados de 1969, quando comecei no Estadão como correspondente local, em Marília. Ele era editor de Interior e editava os meus textos com a mesma dedicação que dispensava às reportagens dos melhores repórteres do então maior e melhor jornal diário do Brasil. Lembro-me como se

Uma aula inesquecível

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Cláudio Amaral Minha passagem pelo Comércio da Franca (Franca - SP, a 400 quilômetros da capital paulista) foi uma das mais ricas dos meus (até então) 38 anos de Jornalismo, completados no dia 1º de maio de 2006. Lá, costumo dizer, ensinei bastante e aprendi muito mais. Todos me ensinaram: dos mais jovens e inexperientes (a grande maioria, na época) aos mais experientes. E entre os experientes eu destaco a figura maiúscula do Professor (com P) Everton de Paula ( foto ). Ele foi revisor, repórter, redator e editor do Comércio. Hoje, além de participar do corpo diretivo da maior universidade de Franca, a Unifran, é, reconhecidamente, a maior autoridade da cidade e região (se não do Estado e do País) em Língua Portuguesa. Pois bem: quando cheguei a Franca, no dia 4 de abril de 2005, para instruir e orientar o pessoal da Redação, fui informado que o Professor Everton de Paula dava aulas práticas de Português para os jornalistas do Comércio, um dos maiores e mais bem feitos jornais diários