Por quê? (384) – Adeus, Mestre Irigino Camargo
Cláudio Amaral Coloquei o telefone no gancho e encostei-me na parede de alvenaria coberta por uma folha de lambri furadinho que havia no lado esquerdo da mesa que eu ocupava na Redação do Jornal do Comércio de Marília. Era algo como 7 horas da noite e o dono jornal, Mestre Irigino Camargo, que havia saído pontualmente às 6 horas da tarde para tomar banho e jantar na casa dele e de dona Zezé, estava chegando de volta para conferir a impressão do JC. A rotina dele era britânica: chegava ao jornal às 7 horas da manhã, fechava às 11 horas, almoçava em casa a comida de dona Zezé ou da mãe dela, voltava ao meio-dia e saia para o jantar às 6 horas da tarde, quando deixava a edição do dia seguinte fechadinha. Às 7 horas da noite ele voltava, enfiava a cabeça numa portinhola que lhe permitia ver a área de impressão e falava ou com Armindão (Armindo Travagim ) , o chefe da oficina, ou com o Negão , que operava a máquina que recebia papel em branco de um lado e cuspia o jorna