E eu não fui mais professor
Luiz Roberto de Souza Queiroz As férias escolares estavam terminando num ano qualquer do final da década de 1970. Comecei a me preparar para as aulas na Faap, onde eu dirigia o Departamento de Jornalismo. Minha filha mais velha, Camila, 7 ou 8 anos e, como sempre, grudada em mim, prestava muita atenção à medida que eu reunia livros, anotações e anotava os temas para as aulas de Técnica de Redação, uma das duas Cadeiras que me cabiam. “O que você está fazendo, Papai?”, perguntou ela. Expliquei que, como as aulas noturnas iriam recomeçar, estava preparando o material. Ela pensou um segundo e disse que “bom mesmo é tempo de férias, quando dá para ver o pai da gente todo dia”. No dia seguinte pedi demissão. Foi um pouquinho difícil, a Faap fez parte da história de minha vida, me orgulho de ter ajudado a formar alguns grandes jornalistas, Neide Duarte, Hamilton de Souza, Dinaura Landini, para citar apenas alguns, e de ter enfrentado a censura e os anos de chumbo da d