O suplício de um repórter
Carlos Conde. Jornalista Não há nada mais doloroso para um jornalista do que ter em mãos uma notícia muito importante e exclusiva e não poder divulgá-la. Vivi essa experiência mortificante na noite de 13 de junho de 1986. Nesse momento eu era o correspondente diplomático do jornal "O Estado de S. Paulo” em Brasília. Naquela noite o deputado Márcio Santilli, do PMDB, me telefonou às 22 horas e perguntou: “Topa jantar comigo? Preciso muito falar com você”. Fiquei dominado por aquele estado de graça que deixa os jornalistas em êxtase quando percebem que uma informação relevante se aproxima. Voei para o hotel onde Santilli morava. Até aquele instante (governo Sarney) e nos dois governos anteriores, dos generais Geisel e Figueiredo, fatos destacados haviam acontecido na política externa brasileira. Entre eles, o reconhecimento, como novas nações, das ex-colônias portuguesas na África; o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Po