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Mostrando postagens de abril, 2020

O suplício de um repórter

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Carlos Conde. Jornalista         Não há nada mais doloroso para um jornalista do que ter em mãos uma notícia muito importante e exclusiva e não poder divulgá-la. Vivi essa experiência mortificante na noite de 13 de junho de 1986. Nesse momento eu era o correspondente diplomático do jornal "O Estado de S. Paulo” em Brasília.         Naquela noite o deputado Márcio Santilli, do PMDB, me telefonou às 22 horas e perguntou: “Topa jantar comigo? Preciso muito falar com você”. Fiquei dominado por aquele estado de graça que deixa os jornalistas em êxtase quando percebem que uma informação relevante se aproxima. Voei para o hotel onde Santilli morava.         Até aquele instante (governo Sarney) e nos dois governos anteriores, dos generais Geisel e Figueiredo, fatos destacados haviam acontecido na política externa brasileira. Entre eles, o reconhecimento, como novas nações, das ex-colônias portuguesas na África; o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Po

A excomunhão

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Plínio Vicente da Silva (*) Lá pelo final dos anos 50 do século passado, depois de um período internado no Pavilhão Fernandinho da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, voltei para a casa de meus pais. Na tranquilidade de uma pequena fazenda nas cercanias da vila de Guatapará, às margens do rio Mogi Guaçu, passei a me recuperar de algumas cirurgias ortopédicas para a correção de sequelas deixadas pela pólio. Nessa quadra da minha vida, aproveitando o tempo de internação, já fizera a primeira comunhão. Então, junto com uma enorme esperança de voltar a andar, levei para casa o aprendizado do Catecismo católico, ensinado por padres e freiras, tempo em que ele era ainda ministrado quase todo em latim. Logo que me acomodei, minha mãe, já sabendo que eu tinha razoável conhecimento dos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana, me intimou a rezar uma novena para Nossa Senhora Aparecida. Estava em débito com a santa de sua devoção por ter recebido a graça de ver cur