Um “dia mágico” marca os 15 anos do Master em Jornalismo



Por Cláudio Amaral, especial para o J&Cia - Edição 807 - 10 A 16 de agosto de 2011

Uma revista especial para imortalizar os 15 anos do Master, em fase final de produção, a ser distribuída a todos os masterianos ainda este ano. E em 2012, além dos três cursos existentes, a criação de mais três: o Master em Marcas, mais um curso só para “focas” e um curso na área de comunicação corporativa. De quebra, a promessa de realização de um seminário em comunicação esportiva para preparar jornalistas brasileiros para cobrirem a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e as Olimpíadas de 2016. E tem mais: em 2014, o Instituto Internacional de Ciências Sociais terá sua própria Faculdade de Comunicação. A instituição – garantiu o professor Di Franco – se preocupará mais com a qualidade do que com a  quantidade. Estará, portanto, ocupada em formar bons profissionais ao invés de muitos.

Tudo isso foi anunciado na abertura e reafirmado no fechamento do seminário comemorativo Master
em Jornalismo – Convergências de redação, conteúdo e pessoas, na última 6ª.feira (5/8/2011), com a presença de 150 dos 500 profissionais que por lá já passaram. O seminário, realizado no auditório do IICS – Instituto Internacional de Ciências Sociais (rua Maestro Cardim, 370, no bairro da Bela Vista, em São Paulo) foi comemorativo. Mas o que menos teve foi isso: comemoração. E o que mais teve foi trabalho. tendo como mestre de cerimônias Anderson Hartmann, coordenador do Departamento de Comunicação do IICS, o evento foi aberto pelo professor Di Franco e contou com as presenças de Luiz Henrique Sávio (diretor geral do IICS), Mónica Herrero (decana da Faculdade de Comunicação da Universidade de Navarra), Guilherme Döring Cunha Pereira (vice-presidente do Grupo Paranaense de Comunicação) e Maria Helena Tachinardi (coordenadora do Master em Gestão Estratégica de Empresas de Comunicação).

Novidades, homenagens e causos

Di Franco relembrou os 15 anos do curso e que no início o Master era de Jornalismo para Editores. E só. Há cinco anos começaram as mudanças profundas: primeiro, para Master em Gestão Estratégica de Empresas de Comunicação e depois o Master em Jornalismo Digital. Em seguida, o Master em Jornalismo Econômico. Ao fazer o pronunciamento final, ele anunciou algo que vinha sendo pedido desde 2003, pelo menos: a instituição da Associação dos ex-Masterianos, que terá como diretora-executiva Mônica Paula, a
mais antiga profissional do projeto. E quando se preparava para sair de cena, foi convidado a ficar para
receber uma placa de prata em reconhecimento pelos seus 15 anos de dedicação ao IICS e ao Master,
tendo em seguida a oportunidade de fazer o mesmo, na homenagem que o Master fez ao editor e diretor
deste J&Cia, Eduardo Ribeiro, pelo apoio que sempre deu ao programa. O encerramento do evento foi marcado pelas participações de Eugênio Araújo e Tião Pinheiro, que, sob o comando de Mônica Paula, contaram algumas das passagens mais engraçadas ocorridas no programa ao longo da história. Tião ainda presenteou colegas com livros e CDs, com obras de sua autoria.

Palestra e casos

A palestra do professor espanhol Ramón Salaverría foi a principal atração do dia, mas não a única. Foram
apresentados ainda cinco casos de sucesso em diferentes localidades do Brasil: Porto Alegre, Franca, Curitiba, Goiânia e Salvador. Professor do Master desde 1998, Salaverría fez uma retrospectiva do início da Internet, em 1996, até os dias de hoje, lembrando que no princípio eram publicados os mesmos temas, tanto na web quanto nos impressos. Cada um a seu modo. Registrou que o Jornal do Brasil foi o primeiro jornal online do País e que o fechamento, tanto em papel quanto digital, tinha horário determinado. Logo, porém, as publicações foram se modificando e se atualizando, até chegar ao que são hoje em dia. Na fase de perguntas, Salaverría foi intimado a fazer previsões sobre praticamente tudo o que envolve o jornalismo
online. O impresso também. Mas fez uma observação importante: se ele fosse capaz de prever o que viria pela frente, certamente seria o braço direito do magnata da comunicação, Rupert Murdoch.

Casos apresentados

Dois casos foram apresentados ainda antes do almoço: o da Rede Brasil Sul de Comunicações, a poderosa
RBS, cuja sede principal fica em Porto Alegre, e o do Grupo Corrêa Neves de Comunicação, um dos principais do poderoso interior paulista. Cada caso foi apresentado por uma dupla. Pela RBS, falaram Pedro Lopes e Ricardo Stefanelli; e pelo GCN, José Corrêa Neves Junior e Joelma Ospedal. No período da tarde, os masterianos ouviram dois trios e uma dupla. O primeiro – Sandra Gonçalves, Marcos Tavares e
Marisa Valério – apresentaram o Grupo Rede Paranaense de Comunicação, com seus jornais, revistas e sites, assim como todas as mudanças feitas no período pós-Master. O segundo – Luis Fernando Rocha Lima, Cileide Alves e André Rodrigues – falou em nome da Organização Jaime Câmara, que atua em Goiás e no Tocantins. Lá tem jornais como O Popular e o Jornal do Tocantins.

Ao final, a plateia foi brindada com o caso do Correio*, sediado em Salvador, na Bahia. O jornal tem um dos casos mais interessantes do País e seus representantes no Master – Sergio Costa e Gustavo Acioli – mostraram como se deu a virada que levou o jornal desbancar o até então líder A Tarde e a saltar de modestos 8 mil exemplares diários (tempos em que era um pasquim a serviço político de Antonio Carlos Magalhães) para os atuais 70 mil, saindo do 57º lugar para o 20º lugar entre os jornais de maior circulação do País, pelos números do IVC e da ANJ. Foi por tudo isso que o Correio mereceu destaque na revista The Economist e citação como o jornal que se reinventou e virou o cenário da Bahia. A razão é simples, segundo a dupla de masterianos: os acionistas acreditaram no projeto e resolveram bancar a virada, apostando no profissionalismo.

Cláudio Amaral (clamaral@uol.com.br) é jornalista desde 1º de maio de 1968, fez o Master em Jornalismo para Editores em 2003 e já trabalhou nos principais diários brasileiros em São Paulo, Campo Grande (MS), Marília, Campinas, Franca e Santos (SP)

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