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E eu não fui mais professor

Luiz Roberto de Souza Queiroz As férias escolares estavam terminando num ano qualquer do final da década de 1970. Comecei a me preparar para as aulas na Faap, onde eu dirigia o Departamento de Jornalismo. Minha filha mais velha, Camila, 7 ou 8 anos e, como sempre, grudada em mim, prestava muita atenção à medida que eu reunia livros, anotações e anotava os temas para as aulas de Técnica de Redação, uma das duas Cadeiras que me cabiam.  “O que você está fazendo, Papai?”, perguntou ela. Expliquei que, como as aulas noturnas iriam recomeçar, estava preparando o material. Ela pensou um segundo e disse que “bom mesmo é tempo de férias, quando dá para ver o pai da gente todo dia”.  No dia seguinte pedi demissão.            Foi um pouquinho difícil, a Faap fez parte da história de minha vida, me orgulho de ter ajudado a formar alguns grandes jornalistas, Neide Duarte, Hamilton de Souza, Dinaura Landini, para citar apenas alguns, e de ter enfrentado a censura e os anos de chumbo da d

O suplício de um repórter

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Carlos Conde. Jornalista         Não há nada mais doloroso para um jornalista do que ter em mãos uma notícia muito importante e exclusiva e não poder divulgá-la. Vivi essa experiência mortificante na noite de 13 de junho de 1986. Nesse momento eu era o correspondente diplomático do jornal "O Estado de S. Paulo” em Brasília.         Naquela noite o deputado Márcio Santilli, do PMDB, me telefonou às 22 horas e perguntou: “Topa jantar comigo? Preciso muito falar com você”. Fiquei dominado por aquele estado de graça que deixa os jornalistas em êxtase quando percebem que uma informação relevante se aproxima. Voei para o hotel onde Santilli morava.         Até aquele instante (governo Sarney) e nos dois governos anteriores, dos generais Geisel e Figueiredo, fatos destacados haviam acontecido na política externa brasileira. Entre eles, o reconhecimento, como novas nações, das ex-colônias portuguesas na África; o estabelecimento de relações diplomáticas com a República Po

A excomunhão

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Plínio Vicente da Silva (*) Lá pelo final dos anos 50 do século passado, depois de um período internado no Pavilhão Fernandinho da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, voltei para a casa de meus pais. Na tranquilidade de uma pequena fazenda nas cercanias da vila de Guatapará, às margens do rio Mogi Guaçu, passei a me recuperar de algumas cirurgias ortopédicas para a correção de sequelas deixadas pela pólio. Nessa quadra da minha vida, aproveitando o tempo de internação, já fizera a primeira comunhão. Então, junto com uma enorme esperança de voltar a andar, levei para casa o aprendizado do Catecismo católico, ensinado por padres e freiras, tempo em que ele era ainda ministrado quase todo em latim. Logo que me acomodei, minha mãe, já sabendo que eu tinha razoável conhecimento dos sacramentos da Igreja Católica Apostólica Romana, me intimou a rezar uma novena para Nossa Senhora Aparecida. Estava em débito com a santa de sua devoção por ter recebido a graça de ver cur

O TECLADO QUE NÃO TINHA A LETRA ‘O’

Luiz Roberto de Souza Queiroz (*) Foca recém-chegado no final da década de 60, um companheiro (que hoje já partiu) recebeu como missão me acompanhar numa entrevista. Devia escrever seu texto e comparar com o meu que, com quatro anos de jornal, era considerado veterano. Era assim que se ensinava jornalismo. O entrevistado, sapateiro italiano, viera expor suas ‘obras de arte’ calçáveis e tudo correu bem. Voltamos ao jornal, indiquei uma máquina para o foquinha, escrevi a matéria e esperei o foca, que não terminava nunca. Quando fui à mesa dele, explicou que estava demorando ‘porque essa máquina não tem a letra O’. Assim, cada ‘O’ que precisava teclar ele tirava a lauda, escrevia o ‘O’ à mão e voltava a pôr o papel na máquina. É claro que havia o ‘O’, mas na oficina o consertador de máquinas tinha substituído a tecla que caíra por uma tecla com o ‘W’ gravado. Para quem dominava o teclado não havia problema... a não ser para o foca. Já com vários rep

COMO NÃO ESCREVER EDITORIAL

Luiz Roberto de Souza Queiroz (*) O segundo editorial do Estadão de hoje (23 de Fevereiro de 2020) conseguiu o recorde de colocar o sujeito da frase na 13ª linha.  E depois se pergunta porque os jornais perdem leitores.  O texto parece escrito propositadamente para o leitor desistir, pois abre assim: " Criada há 15 anos pelo Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), com o objetivo de melhorar a qualida de da educação básica, incentivar o aperfeiçoamento dos professores da rede pública e identificar jovens talentos e incentivar seu ingresso em universidades conceituadas, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas...."  E nem aí o 'redator' acaba o parágrafo, continua sem nenhum ponto.  Os editoriais que continuam ilegíveis mais de meio século depois da morte do dr. Julinho (**), me lembram da primeira pesquisa contratada pelo jornal, no início da década de 1960. Dr. Julinho tinha certeza que a pesquisa mostraria os editoriais

UMA RESENHA, POR FAVOR!

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Você escreveu um livro ou produziu um texto que pretende publicar no formato de livro, mas não tem uma opinião formada ou está em dúvida a respeito? Eu faço isso para você.  Faço aquilo que chamamos de resenha crítica.  Para isso preciso que você me mande uma mensagem pelo clamaral@uol.com.br .  Se preferir usar o WhatsApp, mande para (55 11) 999957621.  Diga-me, por exemplo, qual a verba que você tem para investir nesse meu trabalho. Isso é importante. Assim como é importante o prazo que você me dará para fazer a resenha.

MAIS UM EXEMPLO DE FORÇA DE VONTADE E REINVENÇÃO DE CARREIRA PROFISSIONAL

Demitida por causa do peso, jornalista se destaca fora de afiliada da Globo (Agradecidos estamos para com o Portal Comunique-se por ter nos autorizado a compartilhar esta reportagem, que, imaginamos, servirá de exemplo para todos nós, Jornalistas ou futuros Jornalistas) https://portal.comunique-se.com.br/demitida-por-causa-do-peso-jornalista-se-destaca-fora-de-afiliada-da-globo/?info-leiamais&fbclid=IwAR3APW88-kOkKayiiSIJcaQANnklbMQTLQIKwqmVPKGpl3sJsR6QjA_t0Mc