Com ou sem diploma?
Cláudio Amaral
A questão do momento, neste fim de 2006, voltou a ser o diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista.
Como toda moeda tem dois lados, muita gente é contra, muitos são a favor.
Contra a obrigatoriedade do diploma estão aqueles que não passaram por uma faculdade de Jornalismo e, portanto, não têm canudo.
A favor, todos os estudantes de Jornalismo, com certeza, porque estão sendo obrigados (ou não?) a passar quatro anos estudando (de verdade?) para terem o direito de exercer a profissão.
Eu sou contra.
O melhor: não sou contra o diploma, nem abomino o curso superior de Jornalismo. Não. Sou totalmente a favor do diploma e das boas faculdades de Jornalismo.
Sou contra – e que isto fique bem claro – à obrigatoriedade do diploma para o exercício da nossa profissão.
Por quê?
Primeiro, porque sou do tempo em que não era preciso ter diploma para ser jornalista. Sim, porque, quando fiz minha primeira reportagem, no dia 1º de maio de 1968, a respeito da Festa do Trabalhador de Adamantina, não era preciso ter passado por uma faculdade de Jornalismo para apurar, pesquisar, entrevistar, escrever, fotografar e editar notícia ou reportagem.
Segundo, porque para ser um bom jornalista não é necessário, obrigatoriamente, ter passado por uma faculdade de Jornalismo.
Obrigatório é, sim, saber fazer Jornalismo. E isto, acreditem, não se aprende na escola. Em escola alguma. Isto se aprende no dia-a-dia da Redação, dentro ou fora. Fazendo.
Algumas faculdades ensinam teoria e prática. Eu sei disso. Só não sei quais, nem onde elas estão, nem como elas ensinam.
Confesso que fiquei surpreso ao saber, no dia 27 de outubro de 2006, que até a minha querida e amada cidade natal, Adamantina (SP), tem faculdade de Jornalismo.
Só espero que o curso de Jornalismo de Adamantina, oferecido pela FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas), não seja mais um. Mais um daqueles que formam dezenas de novos jornalistas por ano e ponto final. Eles que se virem para arrumar o que fazer e a aprender a fazer.
(*) Cláudio Amaral é jornalista desde 1º de maio de 1968. Trabalhou no Estadão, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, O Estado de MS, TV Morena/Globo (ambos em Campo Grande) e Comércio da Franca, entre outros veículos. É Master em Jornalismo para Editores pela Universidade de Navarra, Espanha, no Centro de Extensão Universitária (www.masteremjornalismo.org.br), em São Paulo. Atualmente, se dedica a preparar jovens jornalistas para o mercado de trabalho. E-mail: clamaral@uol.com.br.
25/11/2006 11:22:27
A questão do momento, neste fim de 2006, voltou a ser o diploma de nível superior para o exercício da profissão de jornalista.
Como toda moeda tem dois lados, muita gente é contra, muitos são a favor.
Contra a obrigatoriedade do diploma estão aqueles que não passaram por uma faculdade de Jornalismo e, portanto, não têm canudo.
A favor, todos os estudantes de Jornalismo, com certeza, porque estão sendo obrigados (ou não?) a passar quatro anos estudando (de verdade?) para terem o direito de exercer a profissão.
Eu sou contra.
O melhor: não sou contra o diploma, nem abomino o curso superior de Jornalismo. Não. Sou totalmente a favor do diploma e das boas faculdades de Jornalismo.
Sou contra – e que isto fique bem claro – à obrigatoriedade do diploma para o exercício da nossa profissão.
Por quê?
Primeiro, porque sou do tempo em que não era preciso ter diploma para ser jornalista. Sim, porque, quando fiz minha primeira reportagem, no dia 1º de maio de 1968, a respeito da Festa do Trabalhador de Adamantina, não era preciso ter passado por uma faculdade de Jornalismo para apurar, pesquisar, entrevistar, escrever, fotografar e editar notícia ou reportagem.
Segundo, porque para ser um bom jornalista não é necessário, obrigatoriamente, ter passado por uma faculdade de Jornalismo.
Obrigatório é, sim, saber fazer Jornalismo. E isto, acreditem, não se aprende na escola. Em escola alguma. Isto se aprende no dia-a-dia da Redação, dentro ou fora. Fazendo.
Algumas faculdades ensinam teoria e prática. Eu sei disso. Só não sei quais, nem onde elas estão, nem como elas ensinam.
Confesso que fiquei surpreso ao saber, no dia 27 de outubro de 2006, que até a minha querida e amada cidade natal, Adamantina (SP), tem faculdade de Jornalismo.
Só espero que o curso de Jornalismo de Adamantina, oferecido pela FAI (Faculdades Adamantinenses Integradas), não seja mais um. Mais um daqueles que formam dezenas de novos jornalistas por ano e ponto final. Eles que se virem para arrumar o que fazer e a aprender a fazer.
(*) Cláudio Amaral é jornalista desde 1º de maio de 1968. Trabalhou no Estadão, Correio Braziliense, Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, O Estado de MS, TV Morena/Globo (ambos em Campo Grande) e Comércio da Franca, entre outros veículos. É Master em Jornalismo para Editores pela Universidade de Navarra, Espanha, no Centro de Extensão Universitária (www.masteremjornalismo.org.br), em São Paulo. Atualmente, se dedica a preparar jovens jornalistas para o mercado de trabalho. E-mail: clamaral@uol.com.br.
25/11/2006 11:22:27
Comentários
Grato por sua deferência, Marta.
Bom ler você mais uma vez.
Cláudio Amaral
Abraço!
Tudo bem?
Novidades?
Bom ter você no blogue.
E os seus colegas de faculdade, o que têm a dizer: sim ou não para o diploma de jornalista?
Convide a todos eles para opinarem aqui.
Abraços e até breve.
Cláudio Amaral