Dá pra explicar, colegas do Metro?

Cláudio Amaral

Notícia número 1: “Anulada demissão por flatulência”. O quê?

Notícia número 2: “Hermafrodita é o foco do longa ‘XXY’”. Como?

Notícia número 3: “Drama de ‘epilético’ chega ao fim”. Hein?

Essas três notícias saíram num mesmo jornal e na mesma edição.

A publicação em questão é o Metro, “um jornal gratuito, distribuído de segunda a sexta na cidade de São Paulo” e que faz “parte da rede Metro International de jornais, presente em mais de 20 paises e com alcance diário superior a 20 milhões de leitores”.

Ou seja: como “um jornal qualquer” ninguém pode classificar o Metro. Até porque o diretor editorial e a editora geral são dois jornalistas conhecidos e respeitados: Ricardo Anderáos e Noelly Russo.

Mesmo assim, na edição desta sexta-feira, 29/2/2008, o Metro pisou na bola por pelo menos três vezes.

Se eu, prestes a completar 40 anos de Jornalismo, fiquei indignado ao ler as tais três notícias, imagine você, caro e-leitor, as pessoas do povo que pegam e lêem Metro a partir das esquinas mais movimentadas de São Paulo.

Sim, eu reconheço que é fácil abrir o dicionário ou o Google e verificar os significados de flatulência, hermafrodita e epilético.

Mas, até as piores escolas de Jornalismo do Brasil ensinam que as palavras que não estão na boca do povo precisam ser explicadas. E como ex-funcionários da Folha de S. Paulo, Anderáos e Russo conhecem bem o didatismo praticado pelo jornal da família Frias de Oliveira.

Custava explicar para os leitores do Metro o que vem a ser flatulência, hermafrodita e epilético?

Ah... e tem mais: quem é o famoso Jamie Oliver? Daria para publicar uma referência a respeito deste “famoso” senhor? Afinal, pela notícia do Metro, ele deve ser muito conhecido e badalado mas no restrito círculo da gastronomia.

29/2/2008 15:18:40

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